segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden morre (será?) e a guerra continua

Iluminação usada para simbolizar as Torres Gêmeas
"Como assim invadem uma mansão, enchem o cara de tiros e jogam o cara no mar???". Esses e outros questionamentos tais como "Será que é um golpe político do USA?", "Porque ninguém mostrou o corpo?" cercam a morte do Bin Laden (morte que muitos ainda duvidam que realmente tenha acontecido), que conforme consta foi o autor do atentado que horrorisou o mundo em 11 de Setembro, a 10 anos atrás.
Durante todo esse tempo ele foi caçado (merecidamente, eu diria) e essa noite foi encontrado numa mansão e morto por uma operação que durou cerca de 40 minutos... Conforme dito em alguns jornais, sites de notícias e etc "foi uma operação com precisão cirúrgica".
Mas há muito o que se especular a respeito de toda essa operação visto que do ponto de vista do pesquisador Daniel Chaves da UFRJ, houve falta de transparência nas ações do governo americano. Porém me pego a pensar se essa "falta de transparencia" não se deve ao fato de que as informações hoje em dia são transmitidas com uma rapidez astronômica, e no caso do vazamento de informações sobre essa operação, podia fazer com que ela acabasse num grande fracasso.
Enfim! Não apóio nem critico a operação, mas acredito que o lider do Al Qaeda deveria ter sido capturado vivo (segundo o que foi divulgado, a operação foi planejada para que acontecesse dessa forma, mas sabemos que o exército não ia correr o risco de "perder" Bin Laden de vista novamente e morto isso ficaria bem mais fácil!) e julgado por todos os seus crimes em júri popular. Caso fosse realmente punido a pena de morte, dai sim condená-lo, mas sou contra o fato de terem simplesmente entrado no local e supostamente o matado durante uma troca de tiros. Não acredito que tenha sido essa a real história.
Existem poucas evidencias sobre a morte de Bin Laden, apenas algumas fotos. O que é insuficiente, visto que quando se é um governante é preciso prestar contas e, definitivamente, jogar o corpo do cara no mar não é exatamente a melhor forma de fazer isso.
Barack Obama se pronuncia e diz que "a justiça foi feita", mas a verdade é que ninguém se atentou para o grande efeito anestésico que a suposta morte do Bin Ladan causou no povo americano, principalmente àqueles que perderam entes queridos no atentado de 11 de Setembro.
Ninguém fez as contas dos civis e militares mortos e feridos nesses 10 anos de guerra em busca do do Bin Laden, ninguém contabilizou os custos financeiros oriundos dos bolsos dos contribuintes americanos. A verdade é que ninguém abriu os olhos para os reais objetivos das autoridades americanas.
O fato é: o mundo ficou anestesiado e amortecido em um sentimento de vingança e de "justiça seja feita" que cegou o planeta inteiro para os reais interesses do poder americano. Não creio que esteja errado "vingar" as centenas de vidas inocentes perdidas no atentado, mas volto a dizer que acredito que ele deveria ter sido julgado em júri popular, com direito a humilhação em praça pública.
O Obama diz ter orgulho dos soldados que realizaram a operação planejada por ele mesmo, e completa dizendo que "o mundo está mais seguro". Embora isso tudo seja muito bonito e eu diria até patriótico, fico me perguntando: e quem vai proteger o mundo das guerras que ainda persistem, mesmo que muitas vezes nem se saiba mais o motivos delas terem começado?
Quem manterá nossas crianças seguras do trabalho escravo, da fome, do abuso sexual, das agreções?
Quem vai proteger o planeta da poluição causada pela industrialização? E quem protege os animais da extinção e dos maus tratos cada vez mais comuns?
Quem protege os jovens soldados mandados para as trincheiras, deixando suas mães, namoradas, esposas e amigos pra trás?
Matar o terrorista responsável pelo atentado não trás de volta as vítimas, apenas mascara a dor dos que perderam pessoas queridas nesse dia, apenas vai deixar os paquistaneses se revoltarem contra o assassinato do "líder" deles, o que possivelmente só gerará mais guerra e perdas.
Guerra e morte só trás mais guerra e morte.

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